quarta-feira, 18 de junho de 2014

Mundial 2014: Desnorte português no hemisfério sul

 Era muita a expectativa para ver quem ia jogar no ataque da selecção nacional criada pelos media que fizeram um autêntico framing e enquadramento de todas as atenções para essa posição em específico discutindo-se durante dias no espaço mediático e público apenas esta questão em relação à formação portuguesa e as três principais soluções, neste caso: Hélder Postiga, Hugo Almeida e Éder. A verdade é que esta ordem lógica e natural pelo historial de utilização se inverteu. Hugo Almeida foi titular, Éder foi suplente utilizado como solução à lesão do primeiro, enquanto Hélder Postiga nem sequer saiu do banco de suplentes. Aderindo, ou não, a esta discussão para a posição de ponta-de-lança penso que Paulo Bento se equivocou sendo que se queria manter a estratégia e aquele que era um onze base deveria ter lançado Hélder Postiga o jogador mais rotinado com os outros 10 lançados em campo (pelo menos com os outros 9 "de campo") e com uma maior capacidade para se libertar da marcação alemã com a bola controlada sendo mais ágil e rápido para um estilo de jogo mais apoiado que permitiria uma maior capacidade para ter bola em zonas mais próximas da área aos extremos e uma maior liberdade táctica a Raul Meireles.
 Mas, voltando à base penso que não se discutiram os principais problemas da selecção apontando todas as críticas e debates para a posição do ponta-de-lança, aliás, é aquilo que os portugueses na sua generalidade melhor sabem fazer e que mais gostam. O ponta-de-lança: "o saco de boxe" preferido. Depois do jogo, é curioso ver as opiniões, já se discute sobre quase todas as posições que antes do jogo eram indiscutíveis, não era assim? Penso que Pepe e Raul Meireles não tinham condições para jogar este jogo, desde logo porque estavam uns furos abaixo no que diz respeito à condição física. Mas, isso era o que menos importava. O ponta-de-lança é que iria definir como a selecção se iria apresentar diante da Alemanha, não era? Em relação à táctica e ao estilo de jogo adoptado em função dos jogadores escolhidos. Aqui, penso que se justificaria mais, tendo em conta a delineação da estratégia em função dos alemães, a inclusão no onze inicial de William Carvalho em detrimento de Meireles, reforçando a capacidade de recuperação de bolas e "musculação do meio-campo"do que a tal mudança de ponta-de-lança por um jogador com eventuais maiores capacidades para o "choque físico" o "combate com os robustos centrais alemães". E aqui não vi ganhos com Hugo Almeida de maneira nenhuma, até porque no jogo aéreo perdeu sempre, e não conseguiu segurar a bola quase nenhuma vez. A ligação com o ponta-de-lança já apontada como quase inexistente por várias instâncias penso que tem muito a ver com a fraca mobilidade e argumentos técnicos e posicionais de Hugo Almeida.

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